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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ALTOS E BAIXOS - PROCURANDO O EQUILÍBRIO

        
           

   ALTOS E BAIXOS – PROCURANDO O EQUILÍBRIO


Acordei com o telefone tocando. “De novo!” Havia perdido a hora. O som era irritante. Achei melhor atender.

Surpresa boa!!! Era uma amiga de longa data, cuja amizade se solidificou na época de cursinho. Morávamos juntas, até porque, sempre tive necessidade de pessoas do meu lado, não suportaria levar uma vida isolada. Logo veio o período de faculdade e nos separamos.

Mesmo por telefone, conversamos como nos velhos tempos, animadamente, o incrível é que o assunto não acabava, acho que era muita saudade. Só lembramos coisas boas, rimos muito de nós mesmas, também fofocamos um pouco – é claro - e principalmente houve elogios mútuos.

Depois que desligamos; ainda muito alegre, pensei: como é bom saber que pessoas pensam em mim! Sentem necessidade de falar comigo e espontaneamente me elogiam.

Mais tarde, no trabalho - pensando em tudo que havíamos conversado e o bem que me fez saber que ela, assim como eu, também estava feliz e bem resolvida - encontrei outra amiga e ainda eufórica, resolvi comentar o ocorrido, quando ouvi o seguinte: elogio é sempre uma forma educada e infalível de agradar pessoas, com as quais reencontramos depois de longo tempo.

Pronto! “que droga”! Não sei o porquê, sou assim. Sempre depois que me acontece algo muito bom, logo em seguida procuro uma maneira de encontrar algo pra me atormentar. Bastou apenas um pequeno comentário infeliz, para despertar em mim algo que deveria continuar adormecido: “autoestima”, pois se bem me conheço “essa danada” é incapaz de surgir elevada, faz questão de vir baixíssima. E assim aconteceu...

Parei tudo e pensando se era ou não sincero os elogios que havia recebido, comecei a conversar comigo mesma, faço isso sempre, acho que muita gente também faz. Estou enganada?

Aí pronto, já fiquei cheia de “grilos”, a ponto de me questionar: será que mereço mesmo todos aqueles elogios? Afinal não me considero uma pessoa interessante; reconheço que tenho manias; defeitos e fico muitas vezes de mau humor, sem sequer ter um motivo aparente.

Nesse momento a única certeza era que tudo que havia dito pra minha amiga, pelo telefone, era verdadeiro e sincero.

Ah! só pensar assim não bastou para acabar com todos os meus grilos. Aquele “problema de autoestima” continuava em queda. Tentando me acalmar, pensei que minha amiga não me ligaria se não sentisse saudade, se não me admirasse, se não sentisse falta de nossas conversas. Sei que é hilário, mas realmente se mesmo com essa “falta de autoestima”, consigo me sentir assim, toda convencida, “me achando”, acho que estou mais pra “doida” do que pra “depressiva”.
  
Ainda sem conseguir me controlar – comecei viajar em pensamento - tentei descobrir se havia algum predicado que me tornasse pelo menos uma pessoa “interessante”, como se essa fosse a maneira mais eficaz de “driblar” minha “autoestima deficiente”, que de tão baixa, já a considerava uma sombra.

Para não me desestruturar, tentei pensar só em “coisas boas”, assim tentei localizar o “lado amigo” de minha mente, apesar de saber como é difícil “filtrar” o que queremos ou não pensar.

Como um turbilhão minhas ideias se misturavam, pude me sentir de todos os ângulos. Inicialmente me vi: como uma mulher madura; profissional dedicada; sem preconceitos, que acredita no amor; defensora da liberdade e da vontade de cada um; que abomina traição; detesta mentira; observadora. Logo em seguida me vi insegura; que procura realização; introspectiva; fechada; com pouca autoestima; tímida; frágil; carente; que sente ciúmes; conversa sozinha, fala palavrão. Mas sem me esquecer, o quanto amo as pessoas que estão ao meu redor, me entrego às amizades e principalmente amo a vida.

Quando passamos por altos e baixos, o que mais nos assusta é a incerteza, é não saber se seremos capazes de nos superarmos, a cada desafio.

Ainda em meus devaneios, acho que tentando ser menos rigorosa comigo, pensei: procuro sempre ser útil para com as pessoas que estão a minha volta, ser “amiga das amigas”, procuro fazer o bem e estar de bem com minha consciência, muitas vezes cometo erros, deslizes, enganos e por isso costumo sofrer muito. O que me conforta é lembrar que sou humana.

Tem aqueles dias que nada parece estar bom, nos sentimos gorda, feia, nada atraente, frágil, carente, enfim nos sentimos “um nada”. São nesses dias que precisamos de mais atenção, carinho, amor, cuidado, colo.

Na verdade, precisamos mesmo, de “muito mais do que as pessoas nos dão”. Lembro-me de ter lido alguma coisa mais ou menos assim: “Não devemos depender de ninguém para ser feliz”. Incomodou-me muito imaginar que só podemos contar com nós mesmos.

Em minha opinião, esse é o pensamento mais egoísta que já li. Sinceramente,.... dentro de minhas convicções sei que para manter minha autoestima elevada ou pelo menos tentar mantê-la em “níveis aceitáveis”, preciso mesmo dos amigos, do carinho das pessoas que amo, de elogios, enfim de muito amor.  Vou procurar fazer “Ioga”, meditar muito e tentar encontrar o “equilíbrio”, porque não quero “aprender a ser só”.

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